Pandemia potencializa fuga de venezuelanos que já somam mais de 5,4 milhões pessoas desde 2015 - Bolsão em Destaque de Três Lagoas
Economia

Pandemia potencializa fuga de venezuelanos que já somam mais de 5,4 milhões pessoas desde 2015

Pandemia muda os padrões de migração regional na América Sul

A pandemia vem agravando a vulnerabilidade das pessoas que se deslocam em um sistema migratório regional definido nos últimos anos pelo deslocamento de mais de 5,4 milhões de venezuelanos desde 2015 aponta IOM.

O número de casos registrados na pandemia vem aumentando gradativamente na América do Sul, e em fevereiro de 2021 representavam 16% de todos os casos no mundo.

Apesar disso, as características específicas de algumas partes da região aumentaram os impactos da pandemia, incluindo:

  • Sistemas de saúde sobrecarregados.
  • Insegurança alimentar aguda.
  • Altas taxas de urbanização (levando a situações de superlotação na vida e no trabalho).
  • Uma alta dependência de setores altamente afetados pela crise, como o turismo.

O relatório indica que as restrições às viagens relacionadas à pandemia e às dificuldades econômicas  mudaram os padrões de migração da América do Sul até certo ponto.

Os países latino-americanos estão recebendo a vasta maioria dos venezuelanos, com a Colômbia respondendo por cerca de mais de 1,3 milhão, seguida pelo Chile, o Brasil e Argentina.

O México e os países da América Central e do Caribe também recebem um número significativo de refugiados e migrantes da Venezuela.

Dificuldades econômicas

No entanto, plano de resposta regional para os venezuelanos continua perigosamente subfinanciado e a falta de financiamento para lidar com as saídas venezuelanas tem sido um problema mesmo antes do surgimento do COVID-19 na América Latina e no Caribe.

As dificuldades econômicas na Venezuela são um dos principais motores da mobilidade humana na América do Sul.

É importante projetar como a economia venezuelana será afetada pela pandemia.

Por tanto, Perspectiva Econômica Mundial outubro de 2020 pelo Fundo Monetário Internacional mostra perspectivas precárias para muitos países da região, enquanto as projeções para a economia da Venezuela parecem especialmente sombrias.

Mas, a contínua disseminação da Covid-19 e sistemas de saúde colapsados, a maior importância dos setores severamente afetados e a maior dependência das finanças externas, incluindo as remessas.

Quais as dificuldades econômicas que os migrantes e refugiados da República Bolivariana da Venezuela enfrentam?

Antes da pandemia, refugiados e migrantes da República Bolivariana da Venezuela eram altamente vulneráveis.

Uma análise do IOM Displacement Tracking Matrix (DTM) de 2019 mostra que muitos não tinham acesso à assistência à saúde e a maioria não tinha plano de saúde.

Além disso, uma maioria significativa dos entrevistados relatou que estava trabalhando informalmente, um setor que tem sido particularmente atingido durante a pandemia.

Fonte: Migration Policy Institute, 2020

Operação Acolhida?

A Operação Acolhida é uma grande força tarefa humanitária, coordenada pelo Brasil.

Composta por 11 ministérios, com apoio da (ONU) e de mais de 100 entidades da sociedade civil, para oferecer assistência emergencial aos migrantes e refugiados que entram pela fronteira com Roraima. 

A estratégia de interiorização teve início em abril de 2018 e até o fim de julho foram interiorizadas mais de 39,8 mil pessoas em mais de 599 cidades brasileiras.

Portanto, desde o início de 2020 foram interiorizados mais de 12,6 mil venezuelanos, o que representa um investimento do Governo Federal de R$ 630,9 milhões.

Desde o início da operação, cerca de 43 mil venezuelanos foram interiorizados, mais de 39 mil somente na atual gestão do Governo Federal – Foto: Alexandre Manfrim/Ministério da Defesa

No mundo

Um novo relatório da (OIM) Organização Internacional para as Migrações , apresenta dados do primeiro ano de pandemia,  havia mais de 111.000 restrições de viagens e fechamentos de fronteiras em todo o mundo  que atingiram seu pico em dezembro 2020. 

“frustraram a capacidade de muitas pessoas de escolher a migração como uma ferramenta para escapar de conflitos, colapso econômico, desastres ambientais e outras crises”, disse a OIM.

Os migrantes estão enfrentando um aumento acentuado do preconceito racista e xenófobo. Como forasteiros, eles são um alvo fácil para o medo e ansiedade gerados pela pandemia. 

Além disso, quase três milhões de pessoas estavam presas em meados de julho, às vezes sem acesso à assistência consular ou os meios para atender às suas necessidades básicas. 

No entanto, a ONU diz: que milhares de pessoas ficaram isoladas na selva no Panamá quando tentaram viajar para o norte em direção aos Estados Unidos.

Da mesma o tráfico de pessoas e o contrabando de migrantes também são problemas que continuam a afetar os países da região.

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