"A Estrada para o Futuro: Como Três Lagoas Se Preparava para a Modernização nos Anos 1920" - Bolsão em Destaque de Três Lagoas
A Historia de Três Lagoas

“A Estrada para o Futuro: Como Três Lagoas Se Preparava para a Modernização nos Anos 1920”

Em 25 de janeiro de 1925, a Gazeta do Comércio publicou uma matéria que lançava luz sobre os desafios e as expectativas de desenvolvimento para a região de Três Lagoas, no Mato Grosso, em sua conexão com o Araguaya. A análise desse documento, agora raro e historicamente significativo, oferece uma janela para as estratégias, esperanças e preocupações daquela época, revelando a visão de progresso que moldava a política e a economia local.

Contexto Histórico

Na década de 1920, o Brasil passava por um período de transição e modernização. As cidades do interior buscavam se consolidar como polos de desenvolvimento econômico, principalmente em regiões como o Mato Grosso, onde a exploração dos recursos naturais e a agricultura eram atividades essenciais. A estrada “Araguaya-Tres Lagoas“, mencionada na matéria, representava um esforço monumental de integração e comunicação entre diversas localidades, refletindo o desejo de prosperidade e crescimento para a região.

O “Sudoeste Goyano” e Suas Relações com Mato Grosso

O artigo destaca a importância do sudoeste goyano, uma área que, à época, começava a estabelecer conexões vitais com o Mato Grosso, especialmente através de rotas automobilísticas. Essas vias, embora rudimentares, eram vistas como veias de comércio e interação, trazendo benefícios econômicos significativos para ambas as regiões. No entanto, a matéria também alerta para os riscos de isolamento e perda de relevância econômica caso não houvesse uma maior integração e exploração das riquezas disponíveis.

A Rodovia “Garimpeira” e o Sonho de Prosperidade

Um dos pontos centrais do artigo é a chamada “rodovia garimpeira”, uma rota de comunicação que não só ligava municípios do estado, mas também os conectava ao “noroeste político e econômico da administração estadual”. Essa via representava a esperança de um futuro próspero, baseado na exploração de recursos naturais como o diamante, e na expansão das fronteiras agrícolas. A rodovia era vista como um canal para atrair investimento, melhorar a infraestrutura e transformar a região em um polo de desenvolvimento.

Desafios e Oportunidades

A matéria revela o otimismo dos líderes locais em relação ao potencial da região, mas também destaca os desafios enfrentados. A crise na pecuária, a falta de inteligência na administração dos recursos e a necessidade de maior organização e clareza na gestão dos municípios são citados como obstáculos a serem superados. Além disso, há uma preocupação com a migração de riquezas para outras regiões, especialmente em relação ao sudoeste goyano, que estava atraindo recursos que poderiam beneficiar o Mato Grosso.

Visões de Futuro e Modernização

O texto é permeado por uma visão de futuro onde o progresso tecnológico e a modernização das rotas de transporte seriam fundamentais para o desenvolvimento regional. A expectativa de que Três Lagoas se tornasse um ponto de entrada para uma rodovia que conectaria a região a grandes centros, como Cuiabá, refletia a ambição de transformar a cidade em um importante núcleo de comércio e indústria.

A menção à chegada de máquinas e à construção de infraestrutura moderna sugere uma época de grande expectativa e investimento no potencial da região. Tres Lagoas era vista como um “eleito de Garças”, com a responsabilidade de corresponder às expectativas de transporte e desenvolvimento econômico.

Conclusão

Este documento histórico nos permite compreender melhor as aspirações e desafios enfrentados por Três Lagoas e a região do Araguaya no início do século XX. A matéria da Gazeta do Comércio de 1925 reflete um momento de transição e esperança, onde o desenvolvimento da infraestrutura, a exploração dos recursos naturais e a integração regional eram vistos como os pilares para um futuro próspero.

Hoje, ao revisitarmos essas palavras, podemos apreciar a importância histórica desses esforços e a forma como moldaram a trajetória de Três Lagoas, contribuindo para a construção de sua identidade e papel no cenário regional.

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Aqui está a transcrição da reportagem:


Tres Lagoas – Araguaya

O grande empreendimento levado a efeito pelo denodado pangareiro coronel C. Soares Filho, ligando a nossa cidade ao Araguaya, em cujo município se está a soltar os famosos bois do “Garças”, pela estrada automobilistica “Cia. Diamantino”, deve receber aqui, e já o vá, um tanto além, aclamação cívica bovina, sobre o destino risonho e futuro grandioso que formam aquela matogrossense.

A redovia “garimpeira” não é apenas uma via de comunicação entre os municípios do Estado, com travesse de T, ligando-os bem mais do que isso, ao noroeste politico e economico da administração estadual.

As facilidades das comunicações automobilisticas, pelo sudoeste goyano, (Paranahyba, Rio Verde e Jatahy, Mineiros, do Rio Bonito para um lado; Torres do Rio Bonito, Registro d’Araguaya por outro) ambas levando, commummente, à redovia garimpeira, desviou para o noroeste do Estado a corrente de comércio que até então percorria a sudoeste da provincia de Goyaz, com graves prejuízos dos interesses deste Estado que, em si próprio, tem absorvido as riquezas que assim foram derivadas. E derivadas estão as do colossal empório e explorações do sudoeste.

O “sudeste” goyano, tanto ou mais que o “sudoeste” matogrossense, sofreu enormemente com a crise ultima da pecuária e é a não ter futuro, devido a falta de inteligência, possibilidade e prospera que encurtava lastimavelmente, tanto quanto os “sudestinos” goyanos hoje latifundiários, nada fazer e fechar os olhos, transformaram-se em produtivos escravos de si próprios e da população estranha vinda para here por imposição das grandes rotas de Rio Verde, Jatahy, Mineiros e Torres do Rio Bonito aos matogrossenses e, por fim, Sant’Anna de Tres Lagoas sente vontade de ligar o ponto natal ao parallelo proposto, par não conessar-se à magestade e superioridade de inteligência, que nós nossos, empreendedores procuram intelligentemente ser elles os captadores pecuniarios desta. Não é bastante se levantar a critério e, amisem-se, tanto ou quanto, a superioridade do sulbe se os outros municipios, e o que se trata, lá como cá, como o nosso Brasil, como tríplo, merece os grandiosos, larguio entretanto, não pode ser olvidada e, urge congregar esforços, e seguir exemplos estéreis, afim de que se facilite a descida e reconquista do tempo perdido e a fortuna relegada de dispersão inconvenientemente.

Não deve ser esquecida, jamais, a especial circumstancia do município do Araguaya, habitado por mais de cem mil trabalhadores que se dedicam, exclusivamente e industriam-se na procura do diamante, de que necessitam 1A de tudo promissor é sua vida, e enriquecem os seus progressos se, e quando, se dedicam, por isso que, não lhes sobra tempo para mais nada, alem do seu mister.

As estradas do “sudeste” goyano estão repletas, constantemente, de carros e tropas carregadas de mercadorias, temendo de almoedosos, menos sob pesadissimos impostos de saída, dos municípios respectivos.

Entretanto, as saidas daqui continuam emass ermosa sujeitas, porque o criador aqui ainda tem escrupulos em seu território, e renunciar às lucros nos “latifundiários da redovia”, em pról da polycultura rendosa e enriquecedora do matogrosso, com boa morgada vivendo, ao paravan terreno baldios e incultos, tão ricos de elementares e, tão de importante para, de per si, conhecerem em touros com rendimentos de 1A e outros produtos rurais, de grande e promptos resultados pecuniarios.

Mas a intelligência não nos falta, bastando oriental conveniências, aplicando-a com clarividência em prol do município e do Estado.

O “sudeste” goyano, não quer, sob a acção da gran politica chefiada po: Martins Borges, naquella zona, resoluta de piedade da viagem, no que se enforça 1A com, constituindo a grandiosa rodovia do Paranahyba ao seu destino, cujo empreendimento, com boa pessoa, inclina, sem príbo de benevolência, então, Presidente Alves desfecis, quando, não terá a ser de novo concluído, pois que, a urgência, o aproveitamento das grandes riquezas do Araguaya está-se a fazendo, com alguma bonissima, povo, cuja sua as condições se concretizam de uma boa para mais terras, em que o sejam.

Assim, tamberm o “sudeste” matogrossense, encorajado pelo bom exemplo, da grande maioria do Sul, resolve de hoje, a tão radicado problema de viajar com a necessidade de figurar na estrada economica do tempo, que nos quadros do Estado, com commum benemerito ao ancora, é ao intrépido amigo do pangaueiro audaz, e grande entusiasta das riquezas de terras incluidas agora, e que amanhã, deverão apresentar-se em seras phantasticas, competidoras avantajadas das “sudestinas” goyanas!

Dentro de pouco tempo será atacado o serviço do ramal de “Mineiros”, um dos mais importantes municipios do “sudoeste” goyano ligando-c assim, a grande redovia “Araguaya-Tres Lagoas”.

Os intrépidos goyanos, descendentes de tenazes e operosos mineiros, estão intrinsecamente fadados por longos de sangue, e muitos matogrossenses, que ao espelho, motrivo, peço todo breve, com a facilidade de communicação actual, continuarão a estreitar suas relações. E derivantes daqui.

Não lhes escapará por certo, atidão como estão, a bem dizer, por que a alegria será ampliada entre as duas facções dominantes, qual “Uberabinha” e o “Tres Lagoas”, referentemente a elles, no município de “Mineiros”, e tendo sido voz do Goyaz, serão percuras ao qual quem liga em automovel para ganhar a ferrovia Mogyana e, bem mais ao Sul, que os cumas do Matto Grosso não terão facilitado o embarque de possibilitar menos, talvez, para se levarem os que aqui descem-correr, dia sim, as inexactas pesadas politicas de suigeneridos pedágios e serras peonas dos transportes.

O primeiro golpe de vista tudo isto lhe não lhe escapará, como não, a incuria, árric cogitada, relativamente, dá nossa terra!

Por tanto, entraram nas proveitosas senda do trabalho, de aproveitamento das terras e riquezas que do são dadas para no intermédio os ditantes dos que nos conhecemos, e breve, tão len!!!

Neste interim não vai absolutamente nenhum impatriotico bairrismo, incendiunciol, estrabico, tanto mais que, sé é de reconhecer que, o homem inteligente e perspicaz, tende a não destruir o seu ambiente por atraír e enxergar, em si na natureza, pelo céu, tão pollo, tão atrativo, inteligente, perspicaz, productivo, agricultor, bellemente polidado da civilização, este povo não perdeu dos labios, e, guardou no coração, palavra clemente e generosa na ceder as condições proteções de sempre se for relegada a ultima pedra que si.

Bons visinhos do serrão, não será este confronto que imprimirá uma hostilidade, a tolidade a bella harmonia em que temos vivido.

Os destinos que nos alimentamos é de o mostrar as necessidades que temos, o que precisamos realisar promptamente, o que devemos assegurar e lucrar sem, no entanto, nos urinarmos de resguardos de exclusivismos encendidos.

“Tres Lagoas – o eleito de Garças” — tem o dever de corresponder efficazmente com a o transportes, pois assim lhe especifica o natural posição, estudando accuradamente sua a vantagem situada e junto as diversas municipios do Matto Grosso.

Mais alguns mezes e, dos portiricos de nossa urbes, partirão as primeiras machinas com destino a “Cuyaba” e “Araguaya-Garças, fazendo-se a viagem em quatro dias somente. Então, além do tráfego commercial, e tudo que, naturalmente decorrer desse facto, não póde passar despercebido por aqueles que, jam aqui, querem enriquecer-se ao logar que seria o porto de entrada e chegada de uma rodovia de mais de 200 kilometric passando pela capital do diamante em busca da capital do Estado.

Não é intenção nossa, aramamos ao effeito; queremos, só, que cada qual pense maduramente no que vem de entrelaçar suas conclusões com ánimo e inteligência, dispostos a tirar o melhor partido da privilegiada situação que nos vem.

Os benemeritos de Couto de Magalhães, e os mineiros e Soares Filho o ubidham, juntam-se outros nomes de outros estados, e tamem países, não devem os outros matogrossenses nessa área, por isso que, têm sido normas delles: ver, estudar e agir!

E quanto espera-se dos matrogrossenses de Tres Lagoas, natos ou adoptivos.

“Tres Lagoas e Araguaya: A Rota do Progresso e os Desafios do Interior em 1925”

“A Estrada para o Futuro: Como Tres Lagoas Se Preparava para a Modernização nos Anos 1920”

“Do Garimpo ao Desenvolvimento: Visões Históricas de Tres Lagoas na Gazeta do Comércio”

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