O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, desacelerou para 0,21% em abril após variação de 0,36 em março. Ainda assim, dois grupos contribuíram para o avanço do índice no mês.
Os alimentos subiram o triplo da inflação: 0,61%. Outro aumento significativo foi observado no grupo Saúde (0,78%) puxado pela alta dos medicamentos, que tiveram reajuste autorizado em março. Já a queda do preço das passagens aéreas e dos combustíveis, por outro lado, ajudaram a segurar o índice.
- O resultado veio abaixo do esperado pelos analistas do mercado, que projetavam alta de 0,28%, segundo mediana de 35 estimativas compiladas pelo Valor Data.
- Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 3,77%, abaixo dos 4,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores
- O resultado está dentro do intervalo de tolerância do BC. A meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%)
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Transportes registrou queda em abril, de 0,49%. O maior impacto veio do grupo Alimentação e bebidas, com alta de 0,61%, seguido de Saúde e cuidados pessoais (0,78%). Os demais registraram demais variações ficaram entre o 0,03% (Artigos de residência) e 0,41% (Vestuário).
Alimentos sobem o triplo da inflação
A alimentação no domicílio ficou, em média, 0,74% mais cara em abril. Houve aumento nos preços do tomate (17,87%), alho (11,60%), cebola (11,31%), frutas (2,59%) e leite longa vida (1,96%). Por outro lado, tiveram queda itens como a a batata-inglesa (-8,72%) e as carnes (-1,43%).
Fora de casa, o custo da alimentação subiu 0,25%, uma desaceleração em relação ao mês de março (0,59%) em virtude da alta menos intensa da refeição. O subitem subiu apenas 0,07% em abril após alta de 0,76% em março. Já o lanche ficou 0,47% mais caro, variação superior à registrada no mês anterior (0,19%).
Veja a variação dos grupos em abril
- Alimentação e bebidas: 0,61%
- Habitação: 0,07%
- Artigos de residência: 0,03%
- Vestuário: 0,41%
- Transportes: -0,49%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,78%
- Despesas pessoais: 0,40%
- Educação: 0,05%
- Comunicação: 0,17%
Em Saúde e cuidados pessoais, a alta de 1,36% dos produtos farmacêuticos ajudou a puxar o resultado. Muito se deve ao reajuste de até 4,5% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março. Além disso, o plano de saúde segue incorporando frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2023 a 2024.