
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram ao indiciamento dele pela Polícia Federal, associando a medida ao suposto “temor” de um retorno político em 2026. Inelegível até 2030, Bolsonaro foi incluído no inquérito que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Além dele, outras 36 pessoas foram apontadas no relatório encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Bolsonaro se manifestou sobre o caso, direcionando críticas ao ministro Alexandre de Moraes. “Conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, declarou o ex-presidente, enquanto aguardava a análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Apoio e acusações de narrativa
A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) classificou a ação como parte de um cenário de “democracia de faz de conta”. Segundo ela, o indiciamento seria uma tentativa de neutralizar Bolsonaro antes de um possível retorno às urnas. “Inventaram um golpe fake, sem armas, e o alvo principal é o presidente Bolsonaro. Aquele que eles têm medo de ver novamente disputando uma eleição”, afirmou.
O vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), conectou o caso ao cenário político nos Estados Unidos, mencionando a eleição do republicano Donald Trump como fator de influência. “O desespero bateu. A volta de Bolsonaro é uma realidade e eles reagem criando narrativas, como já fez o presidente Lula”, criticou.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, reforçou a comparação com os EUA, onde Trump enfrenta diversos processos judiciais. Para ele, o relatório da PF é uma “porcaria” que reflete a suposta conexão entre os acontecimentos nos dois países.
Críticas ao relatório da PF
O senador Magno Malta (PL-ES) atacou a investigação, chamando o documento de “pífio”. Ele ironizou o ministro Alexandre de Moraes, referindo-se a ele como “Alexandre Criativo de Morais” e acusando-o de produzir narrativas para incriminar Bolsonaro.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), também questionou a fundamentação do relatório. Ele argumentou que, para caracterizar uma tentativa de golpe, seria necessário haver uma execução frustrada, algo que, segundo ele, não teria sido evidenciado no caso de Bolsonaro ou do presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
A discussão segue intensa no cenário político, com Bolsonaro e seus aliados insistindo que as ações contra ele têm motivações políticas e buscam enfraquecer sua imagem pública diante de um futuro eleitoral.
– Jair Bolsonaro se manifestou após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento num planejamento de golpe de Estado após a vitória de Lula, em 2022. Em conversa por telefone com a coluna Paulo Cappelli, o ex-presidente concentrou suas críticas no ministro…
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 21, 2024