BASTIDORES - Bolsão em Destaque de Três Lagoas
Marco William Siketo Lacerda

BASTIDORES

TEXTO COMPILADO DO HISTORIADOR E JORNALISTA HUGO STUDART DE BRASÍLIA

Conversei com velho amigo tucano para tentar compreender Geraldo Alckmin. O amigo foi fundador e é membro do diretório nacional do PSDB. Segundo ele, Alckmin virou um poço até aqui de mágoas. Não consegue nem cogita perdoar a traição explicita de Doria em 2018, quando esse ai apoiou Bolsonaro.

Alckmin acha mesmo que seria coisa boa tentar ser vice de Lula. Estão todos a alerta-lo de que será traído e que vai acabar sem nada. Não vai levar muitos prefeitos ou parlamentares a apoiar os inimigos históricos petistas e, lá na frente, não terá relevância política e será descartado como vice de Lula por outro com mais densidade partidária.

Quando tentar voltar atrás, será tarde, já terá perdido São Paulo para o petista Haddad. Segundo o amigo tucano, Doria já procurou Alckmin pedindo para que ficasse no partido e fosse candidato a senador por SP. Mas colocou como pré condição que se acertasse com José Serra, cujo mandato está vencendo.

Doria não abre mão de impor como candidato a governador seu vice, o inexpressivo Rodrigo de tal. Mas também não se ofereceu para falar com Serra, que estaria doente, para convence-lo a se aposentar. Esse aí, por sua vez, que não gosta nem de Doria nem de Alckmin, até agora se recusa a abrir seu jogo, ou seja, informar se presente ser (ou não) candidato a reeleição como senador.

A tucanada, em sua grande maioria, gostaria que Alckmin se impusesse como candidato a governador, ainda que por outro partido, como o PSD da raposa Kassab. Ele tem todas as chances de vencer e, assim, o grupo manteria o bunker São Paulo, ainda que por meio de uma legenda de aluguel.

O problema é que o candidato de Doria a governador, o tal de Rodrigo, é afilhado político e amigo muito íntimo de Kassab. Ou seja, não dá para garantir a legenda para Alckmin. Então ele passou a conversar com seu ex vice Márcio França, que foi governador tampão e hoje comanda do PSB em São Paulo, legenda que sempre foi linha auxiliar do PT e de Lula.

A proposta Frankstein é que Alckmin, o mais conservador dos tucanos, simpatizante da Opus Dei, seja vice de Lula E França, por sua vez, seja candidato a governador com apoio do PT. Aí cria-se outro problema: Fernando Haddad já é candidato ao governo, encostado em Alckmin nas pesquisas. Em sintese, Geraldo Alckmin, se deixou encurralar por Doria e outros no xadrez político. Até aí, tudo bem.

O problema é que, de acordo com os amigos, não está conseguindo agir com a cabeça, mas só com o fígado magoado. Por isso caminha pela estrada do desastre anunciado. Vai acabar sem mandato e entregando sem luta São Paulo ao PT. O PSDB caminha rápido para o suicídio. E seu melhor quadro, Alckmin, acelera na frente. Talvez sua única saída sensata seja observar o tabuleiro sob novos paradigmas. Como migrar para o Podemos e cerrar fileiras com Sérgio Moro. Ou pedir abrigo junto aos velhos aliados do DEM, que já seguem com Moro.

Por: Marco William Corrêa Siketo Lacerda

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