ISI Biomassa de Três Lagoas desenvolve biocombustíveis sólidos a partir de cascas de coco verde e outras biomassas residuais - Bolsão em Destaque de Três Lagoas
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ISI Biomassa de Três Lagoas desenvolve biocombustíveis sólidos a partir de cascas de coco verde e outras biomassas residuais

Na onda da sustentabilidade e buscando soluções inovadoras que melhorem a produtividade das indústrias brasileiras, o ISI Biomassa (Instituto SENAI de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas (MS), iniciou um projeto, em parceria com a empresa cearense Regenera do Brasil, para transformar resíduos de biomassas brasileiras, como cascas de coco verde e restos de castanha de caju e açaí em pellets.

Os novos produtos nada mais são do que biocombustíveis sólidos em formato semelhante a uma cápsula de remédio e servem para alimentar fornos e lareiras. São muito usados principalmente para uso doméstico em casas de regiões com temperaturas mais baixas. 

De acordo com o pesquisador do ISI Biomassa, Hélio Merá de Assis, o projeto surgiu a partir da necessidade de valorizar biomassas com baixo valor no mercado ou com nenhum aproveitamento financeiro. “Tratam-se de resíduos que, até então, eram destinados a aterros ou não tinham uma destinação adequada”, afirmou Hélio Merá. Ele acrescentou que a Regenera do Brasil procurou o ISI Biomassa para firmar uma parceria de desenvolvimento e uma tecnologia abordando essa temática.

Ainda conforme o pesquisador do SENAI, o processo de peletização é um adensamento da biomassa. “Isso implica em regar um produto final com menor volume, melhoria em aspectos logísticos de transporte e armazenagem”. O processo tem início na seleção das biomassas residuais com avaliação das propriedades físico-químicas.

Posteriormente, é realizado um pré-tratamento com processos de fragmentação, padronização granulométrica (tamanho das partículas) e ajuste de umidade. “As biomassas selecionadas e pré-tratadas são homogeneizadas de acordo com percentuais otimizados e introduzidas na planta de peletização, nesta etapa o material é adensado para gerar os pellets”, detalhou Hélio Merá.

O pesquisador explica que o projeto está 95% completo e o foco da empresa detentora do produto é o mercado consumidor europeu. Ele foi viabilizado após receber recursos não reembolsáveis da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial). A estatal ofereceu, ainda, acompanhamento e toda a estrutura de pesquisa necessária para o desenvolvimento da proposta. “Começamos o projeto de pesquisa em 2020 e recebemos um investimento da Embrapii de R$ 130 mil, o que certamente contribuiu para o avanço dos estudos”.

Pellets de madeira 

São biocombustíveis sólidos que usam, como matéria-prima, resíduos de biomassa vegetal como a serragem, maravalha de madeira, bagaço de cana-de-açúcar, entre outros. [1]Os pellets têm geometria regular no formato de pequenos cilindros. Possuem entre 6 e 8 milímetros de diâmetro e comprimento entre 10 a 40 milímetros. Eles são compactados com baixo teor de umidade (TU <10%), permitindo elevada densidade energética e eficiência. 

A geometria regular permite ótima fluidez, facilitando a automatização de processos comerciais e industriais de queima do produto. Além disso, é uma fonte de energia renovável e de fácil manuseio que ocupa pouco espaço na hora da armazenagem. Os pellets se transformaram em um importante recurso energético mundial, especialmente para o continente europeu, onde seu mercado é estável e passa por rápido desenvolvimento. Por ser um combustível menos poluente que os derivados do petróleo, os pellets são utilizados por países que precisam diminuir suas emissões poluentes para atender aos acordos firmados no Protocolo de Kyoto e ratificados na Conferência do Clima (COP21), que ocorreu na França, em dezembro de 2015.

Fiems

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