Câmara de Três Lagoas realiza audiência pública para debater sobre o cigarro eletrônico

Em audiência pública proposta pelo vereador Doutor Issam Fares Junior, na noite desta quarta-feira (26), a Câmara Municipal de Três Lagoas debateu sobre o enfrentamento e o combate ao cigarro eletrônico e outras drogas ilícitas. Durante o evento, outorgou Título de Cidadão Três-lagoense para um dos palestrantes: Doutor Luiz Alberto Ovando, médico clínico geral e deputado federal pelo Mato Grosso do Sul.
Além deste, também palestraram: Sydnei Ferreira Ribeiro Júnior, presidente do COMAD (Conselho Municipal Antidrogas); Denise Fatima Barbosa Sousa e Silva, Presidente do CEAD (Conselho Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas); Elaine Cristina Ferrari Fúrio, Secretária Municipal de Saúde Pública; e Diniz Augusto Meneghetti Afonso, do Comitê Relações Públicas de Narcóticos Anônimos.
Estavam presentes o vice-prefeito, Paulo Salomão, representando o prefeito Ângelo Guerreiro, e Marizete Bazé, representando a Secretaria Estadual de Educação.
O vereador proponente declarou aberta a audiência pública falando sobre a importância do evento, realizado bem no Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas. Na sequência, Pastor Wellington Antunes Corrêa lamentou a descriminalização da maconha: “são dias ruins para a humanidade”.
Começando os debates, Sydnei Ferreira Ribeiro Júnior, presidente do COMAD, lamentou que o plenário sem lotação de representantes de escolas para debater algo tão importante que são estes cigarros eletrônicos. “Não é só combater e reprimir, mas ensinar o porquê do ‘diga não às drogas’. Logo, não basta apenas dizer não”, destacou sobre a atuação preventiva do Conselho.
Sydnei Ferreira Ribeiro Júnior, presidente do COMAD, foi a segunda nos debates. “O Brasil com todas as questões que precisam ser melhoradas, é um dos países que tem cumprido seu dever. E o Mato Grosso do Sul também sempre na frente”, iniciou exaltando as legislações sobre prevenção estadual e federal. As drogas são ameaças a sistemas, a países.
Diniz Augusto Meneghetti Afonso, do Comitê Relações Públicas de Narcóticos Anônimos (NA), apresentou o programa do NA, explicou a doença e quem pode fazer parte: “quem tem o desejo de parar de usar”, ressaltou. Diniz deixou claro que o maior troféu da NA é uma pessoa recuperada: “e melhor forma de um dependente ver que é possível”.
O médico Doutor Luiz Alberto Ovando destacou que continua vivendo com os jovens, “agora com os netos”. O também deputado exaltou a escola pública, pois estudou em uma e explicou um pouco o significado por trás das drogas: “fuga da realidade. E quando fica dependente, é porque não tem mais coragem de enfrentar a realidade”. Defendeu então que se deve combater na base: “temos que combater qual a fuga”.
A natureza nos fez sobre dois pilares: dor e prazer. “Quando sentimos uma dor e vamos tomar um remédio, buscamos o prazer”, explicou Ovando. E quando se torna uma necessidade ter esse prazer, é um vício. A dependência pede um aumento da quantidade do objeto de prazer e a pessoa perde a capacidade de discernimento se consumiu pouco ou muito. “Perde-se neurônios e começa um quadro demencial. Ao descriminalizar a maior porta de entrada para drogas maiores, estamos em retrocesso”, defendeu.
Doutor Luiz apresentou todo um histórico sobre o cigarro no mundo, até chegar no Brasil. Mostrou gastos de saúde com cigarro convencional e, por fim, chegou ao cigarro eletrônico. “E é ainda pior, pois são ardilosos na divulgação, fazendo como se fosse algo bom e melhor, com essências para mascarar o gosto e os insumos tóxicos”, ressaltou.
Logo após as palestra, Doutor Luiz Alberto Ovando, médico clínico geral e deputado federal pelo Mato Grosso do Sul, recebeu o título das mãos do Doutor Issam e agora passa a ser Cidadão Três-lagoense. Em seu discurso de agradecimento, demonstrou muita gratidão: “não me considero merecedor, mas me sinto reconhecido”.
Finalizando, foi aberto para perguntas e respostas, possibilitando interação entre o público e os palestrantes. “Agradeço a todos vocês que estão aqui e são envolvidos nesse tema, nos ajudando nessa luta cada vez mais difícil, pois quando vencemos uma batalha, surge uma nova droga, com cheiro e sabores mais agradáveis pra gente lutar contra”, disse Salomão. “Todas as políticas sobre esse assunto, tem que incluir a valorização da família, pois é de onde vem a primeira formação”, defendeu o vereador proponente ao encerrar a solenidade.