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Chamas consomem bioma e Pantanal registra 900 mil hectares queimados em 2024

O Pantanal, um dos biomas mais ricos e diversificados do mundo, está enfrentando um de seus piores períodos de incêndios. Em 2024, aproximadamente 900 mil hectares do bioma foram consumidos pelas chamas, um cenário que preocupa ambientalistas, autoridades e a comunidade local.

Área destruída representa 6% de todo o território pantaneiro; segundo especialistas ao G1, os próximos meses preocupam devido à previsão de seca e calor extremo.

⚠️O fogo consome o bioma há mais de três meses, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. Somente no mês de julho o bioma registrou 1.015 focos de calor, sendo 87% em Mato Grosso do Sul com 890 focos, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A Gravidade da Situação

Os incêndios no Pantanal têm se tornado mais frequentes e intensos nos últimos anos. O bioma, que abrange partes dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sofre com a combinação de condições climáticas extremas, ações humanas e falta de políticas eficazes de prevenção e combate a incêndios.

De acordo com dados recentes, o número de focos de calor no Pantanal em 2024 já ultrapassa os registros dos anos anteriores, colocando em risco a flora e a fauna locais, além de impactar negativamente as comunidades que dependem do bioma para sua subsistência.

Combate

As condições climáticas severas e adversas – forte calor aliado a intensa seca e fortes ventos – contribuem para a intensificação dos focos de incêndios florestais no Pantanal, em Mato Grosso do Sul. Nesta segunda-feira (29) o Corpo de Bombeiros enviou equipes para atuar no controle e extinção das chamas que até semana passada estavam concentradas na Bolívia.

Devido a situação do clima, o fogo acabou passando para o território brasileiro na área próxima a Serra do Amolar e as guarnições estão em deslocamento aéreo, pois o local é de difícil acesso.

A base avançada mais próxima é a do São Lourenço, que está aproximadamente 70 km de distância pelo rio Paraguai. Na semana passada a equipe esteve na área e vistoriou presencialmente o local, que já conta com a atuação da equipe da Brigada Alto Pantanal, mantida pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro).

O trabalho também continua direcionado a quatro focos de incêndio ativos localizados na região do Porto da Manga, na área de adestramento do Rabicho, nas proximidades das fazendas Tupaceretã e Santa Sofia – ambas localizadas na região da Nhecolândia.

Além das regiões onde são realizados os combates, outras áreas permanecem sob alerta e monitoramento na região do Forte Coimbra, em Porto Murtinho e próximo a Rio Verde.

Boletim

Conforme informações do boletim diário da Operação Pantanal 2024, atualmente são 110 bombeiros do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul. Existe também o apoio efetivo de 38 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública, além de militares da Ligabom (Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil), das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira), da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e 233 agentes de Ibama, ICMBio e brigadistas do PrevFogo.

Estão à disposição das equipes 13 aeronaves dos Governos Estadual e Federal, sendo 5 “Air Tractor”, 7 helicópteros e 1 cargueiro KC390 Millenium. A frota ainda conta com 7 caminhões de combate a incêndio, 6 embarcações, 44 caminhonetes do CBMMS e da Força Nacional, todas equipadas com kit pick-up, mochilas costais, sopradores e equipamentos de proteção individual.

Parlamentares

Nenhum dentre os oito deputados federais e três senadores de Mato Grosso do Sul destinou recursos para prevenir ou combater incêndios no Pantanal neste ano de 2024, conforme dados do Siop (Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento) divulgado pelo Campo Grande News. Eles escolheram diversas outras finalidades para direcionar o dinheiro das emendas individuais, sem contemplar as queimadas, que ocorrem todos os anos.

Impactos Ambientais e Sociais

Os incêndios no Pantanal não afetam apenas a biodiversidade, mas também têm consequências graves para as comunidades ribeirinhas e indígenas que vivem na região. A perda de vegetação nativa compromete a qualidade da água, a fertilidade do solo e a disponibilidade de alimentos para os animais. Espécies endêmicas estão sob ameaça, e o equilíbrio ecológico do bioma está em risco.

Além disso, a fumaça gerada pelos incêndios provoca problemas respiratórios na população local, aumentando a demanda por serviços de saúde e agravando as condições de vida nas áreas mais afetadas.

Causas dos Incêndios

Entre as principais causas dos incêndios no Pantanal estão a prática de queimadas descontroladas para limpeza de áreas agrícolas, a expansão da pecuária e o desmatamento ilegal. As mudanças climáticas também desempenham um papel significativo, intensificando períodos de seca e tornando o ambiente mais propício para a propagação do fogo.

Calor intenso

Ontem (28), a temperatura atingiu picos de 35°C, enquanto as rajadas de vento chegaram a 43 km/h. A ausência de chuva, combinada com a baixa umidade relativa do ar que se mantém em apenas 20%, criou ambiente propício para a propagação rápida do fogo, segundo portal do GOVMS.

As ações de combate aos incêndios florestais envolvem uma série de estratégias coordenadas, a partir da detecção e resposta rápida, até o emprego de técnicas de contenção e extinção das chamas. Equipes de bombeiros militares, brigadistas e voluntários enfrentam desafios complexos em terrenos diversos, adaptando suas abordagens conforme as condições encontradas.

Medidas de Combate e Prevenção

Para enfrentar essa crise, é fundamental a implementação de políticas públicas eficazes de prevenção e combate a incêndios. Entre as medidas necessárias estão:

  • Fortalecimento da fiscalização ambiental: Aumentar a presença de órgãos de fiscalização para coibir práticas ilegais de queimadas e desmatamento.
  • Educação ambiental: Promover campanhas de conscientização sobre os impactos dos incêndios e a importância de preservar o Pantanal.
  • Investimento em tecnologia: Utilizar tecnologias avançadas para monitorar focos de incêndio e agir rapidamente no combate às chamas.
  • Apoio às comunidades locais: Prover suporte às comunidades afetadas, incluindo assistência médica, financeira e programas de reabilitação ambiental.

O Pantanal é um tesouro natural que precisa ser protegido. A crise dos incêndios em 2024 destaca a urgência de ações coordenadas entre governos, ONGs e a sociedade civil para preservar este bioma único. A proteção do Pantanal é uma responsabilidade coletiva e vital para a sustentabilidade ambiental e o bem-estar das futuras gerações.

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