Começa amanhã campanha de Multivacinação contra a Poliomielite em Três Lagoas
Começa amanhã, sexta-feira (01), em Três Lagoas a Campanha de Multivacinação contra a Poliomielite em todas as unidades de saúde do Município.
A Campanha segue a ação humanitária do Rotary Internacional em todo o mundo, na tentativa de erradicar a doença. Assim como nos anos anteriores, uma multivacinação acontecerá nas unidades de saúde dos bairros de forma mais intensificada.
Conforme a diretora de saúde, Larissa Linardi, haverá diversas ações durante todo o mês de outubro. “A vacinação contra a pólio já existe, porém, este é um mês especialmente voltado para esta doença que, ainda faz vítimas em muitos países. Teremos distribuição de material informativo, dia D e divulgação nas emissoras”, explicou.
A Campanha segue até dia 31 de outubro e é para alertar os pais para que não deixem de vacinar seu filho, evitando que a doença volte aos nossos lares. No dia 16, faremos o Dia D contra a pólio nas Unidades “
O que é a poliomielite?
A poliomielite, pólio ou paralisia infantil é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus pertencente à família Picornaviridae e gênero Enterovírus denominado de poliovírus, o qual apresenta três sorotipos (1, 2 e 3), sendo o tipo 1 o que geralmente mais causa paralisias. O poliovírus foi o primeiro da família Picornaviridae a ser estudado.
A doença afeta principalmente crianças com menos de 5 anos de idade, por isso também recebe o nome de paralisia infantil. Ela pode apresentar diferentes formas clínicas, desde assintomáticas até a paralisia flácida de determinados músculos, o que pode ser temporário ou definitivo. Como nessa doença há o acometimento de neurônios motores, a paralisia ocorre nos músculos correspondentes a eles. A paralisia definitiva é mais comum nos membros inferiores. A forma paralítica ocorre em cerca de 1,6% dos casos. É importante destacar que cerca de 5% a 10% dos indivíduos acometidos podem ir a óbito por paralisia dos músculos respiratórios.
Formas de transmissão da poliomielite
A poliomielite é causada por um vírus que é transmitido de pessoa a pessoa principalmente via fecal-oral. O vírus sempre entra via oral, seja por meio de contato direto com as fezes, seja por meio de objetos contaminados pelas fezes dos infectados.
Regiões onde as condições habitacionais e de higiene são precárias apresentam uma maior possibilidade de esse vírus ficar no ambiente e desencadear a transmissão fecal-oral. Nessas situações, o vírus também pode contaminar água e alimentos, mas esse tipo de transmissão é menos frequente. A transmissão pode ocorrer também pela via oral-oral, ao entrar em contato com gotículas de secreção da orofaringe expelidas por um indivíduo infectado ao falar, tossir ou espirrar.
Sintomas e diagnóstico da poliomielite
A poliomielite apresenta um período de incubação que varia geralmente de 7 a 12 dias. Vale destacar que essa doença pode ser transmitida mesmo quando o indivíduo está assintomático. A maioria dos indivíduos não apresenta sintomas, no entanto, quando presentes, podem aparecer de forma leve ou grave. Dentre os sintomas da poliomielite, podemos citar:
- febre;
- dor de cabeça;
- vômitos;
- diarreia;
- constipação (prisão de ventre);
- rigidez na nuca;
- instalação de flacidez muscular.
O diagnóstico da poliomielite é realizado por meio de avaliação clínica e de exames laboratoriais que realizam o isolamento do vírus em amostras de fezes. Além disso, podem ser realizados exames do liquor, sorológico e a eletroneuromiografia.
Prevenção e tratamento da poliomielite
A poliomielite é uma doença que não tem tratamento específico. As medidas de tratamento têm como objetivo apenas evitar complicações e reduzir a mortalidade. A principal forma de prevenção é a vacinação, que está presente no Calendário Nacional de Vacinação e é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Erradicação da poliomielite
Na 41º Assembleia Mundial de Saúde, realizada em 1988, teve início a Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite, a qual, por meio de programas de prevenção, controle e vigilância, busca a erradicação dessa doença. No Brasil, o último caso foi registrado em 1989. Nas Américas, o último caso registrado foi no Peru, em 1991. Assim, o continente americano recebeu o Certificado da Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem em 1994.
No ano de 2016 a incidência da doença havia diminuído 99%, restando poucos países ainda apresentando casos. No dia 25 de agosto de 2020, a África foi declarada livre do poliovírus selvagem, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apenas Afeganistão e Paquistão registram casos da doença.