No primeiro trimestre de 2023, houve um aumento significativo da taxa de desemprego em várias regiões do Brasil, conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje, em 18 de maio. Dentre as 27 Unidades da Federação, cerca de 16 delas apresentaram um aumento nessa taxa, o que reflete a complexidade e os desafios atuais do mercado de trabalho brasileiro.
É interessante ressaltar que esse aumento na desocupação e a diminuição da ocupação ocorreram de maneira simultânea, contribuindo para esse crescimento na taxa de desemprego em diferentes regiões do país. Esse cenário demonstra a importância de se buscar soluções eficazes para estimular a geração de empregos e promover o desenvolvimento econômico sustentável.
Analisando as estatísticas, é possível identificar as unidades federativas com as maiores e menores taxas de desemprego. A Bahia, Pernambuco e o Amapá se destacam por apresentarem as maiores taxas de desocupação, atingindo respectivamente 14,4%, 14,1% e 12,2%. Em contrapartida, Rondônia, Santa Catarina e Mato Grosso mostram-se como os estados com as menores taxas, registrando valores de 3,2%, 3,8% e 4,5%.
Essa diversidade de cenários no contexto do desemprego no Brasil ressalta a necessidade de políticas públicas adequadas para lidar com as disparidades regionais e promover um mercado de trabalho mais equilibrado e inclusivo. É fundamental haver um esforço conjunto para fomentar o empreendedorismo, incentivar a qualificação profissional e proporcionar condições favoráveis para a criação de novas oportunidades de emprego. Somente assim será possível reduzir as taxas de desocupação e promover o bem-estar social em todas as regiões do país.
“Depois de um ano de 2022 marcado pela recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, o ano de 2023 traz consigo um indício de que o movimento sazonal de aumento da desocupação no início do ano está retornando ao padrão histórico habitual”, explica Alessandra Brito, analista da pesquisa.
Ao analisarmos o panorama social, constatamos que a taxa de desocupação para os homens foi de 7,2%, enquanto para as mulheres chegou a 10,8%. Quando observamos a divisão por cor ou raça, os resultados se mostram abaixo da média nacional (8,8%) para os brancos, com uma taxa de 6,8%, e acima para os pretos, com 11,3%, e pardos, com 10,1%.
Taxa de desemprego
No primeiro trimestre móvel do ano, a taxa de desemprego registrou 8,8%, conforme revelado pelo IBGE no mês passado. Esse é o menor resultado para esse período desde 2015, quando atingiu 8%.
Comparado ao trimestre anterior, entre outubro e dezembro, houve um aumento de 0,9 ponto percentual (7,9%) na taxa de desocupação. No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 11,1%.
Como resultado, o número absoluto de desempregados teve um aumento de 10% em relação ao trimestre anterior, totalizando 9,4 milhões de pessoas. Isso representa um acréscimo de 860 mil indivíduos no contingente de desocupados, em comparação com o último trimestre do ano passado. Em relação ao mesmo período de 2022, houve uma queda de 21,1%, equivalente a 2,5 milhões de trabalhadores.
Por sua vez, o total de pessoas ocupadas registrou uma diminuição de 1,6% em relação ao trimestre anterior, totalizando 97,8 milhões de brasileiros. Cerca de 1,5 milhão de pessoas deixaram o grupo nesse período. Em comparação anual, houve um crescimento de 2,7%.
“Esse movimento de redução na ocupação e aumento na busca por trabalho é observado em todos os primeiros trimestres da pesquisa, exceto no ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia”, afirma Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está retomando seus padrões sazonais, após dois anos de movimentos atípicos.”