Fogo já destruiu 70% de terra indígena com 1.700 habitantes no Pantanal sul-mato-grossense
Mais de 370 mil hectares foram devastados pelo fogo em Terras Indígenas no Pantanal. Do total, 99% é apenas na área Kadiwéu, em Porto Murtinho (MS), onde moram cerca de 1700 indígenas.

A Terra Indígena Kadiwéu, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, em Porto Murtinho, queima. 70% do território ancestral foi consumida pela chamas neste ano no local. Brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) atuam dia e noite para conter os incêndios.
Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ) divulgado pelo G1MS, às cham
As chamas já destruiu cerca de 368 mil hectares da TI Kadiwéu. Nos últimos dois dias, 180 focos de calor foram registrados em todo Mato Grosso do Sul.
🔥📈Na soma de todas as Terras Indígenas presentes no Pantanal, 371 mil hectares foram consumidos pelo fogo. A maioria devastada foi na TI Kadiwéu, cerca de 98% do total afetado pelas chamas.
Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), mais de 950 profissionais atuam no combate aos incêndios. Aeronaves, embarcações e veículos pesados também dão apoio à “Operação Pantanal”.
O g1 questionou o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) sobre possíveis atuações da pasta na TI Kadiwéu. Entretanto, até a última atualização desta reportagem, nenhum retorno foi enviado.
🔥⚠️O fogo consome o bioma há mais de três meses. Mais 2,5 milhões de hectares foram destruídos pelas chamas, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. Para se ter uma dimensão, a área completamente destruída representa mais de 16% de todo o território pantaneiro no Brasil.
A TI Kadiwéu abriga indígenas de três povos: Kadiwéu, Kinikinau e Terena. Ao todo, 1697 indígenas moram na área que tem 539 mil hectares homologados.
O foco mais recente e intenso na Terra Indígena (TI) Kadiwéu foi registrado por satélites no dia 25 de agosto. Desde então, brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) foram direcionados para conter as chamas.
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Área da Terra Indígena Kadiwéu, em Porto Murtinho, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. — Foto: Reprodução
Cerca de 70 profissionais atuam de forma incansável contra o fogo na região. Não há previsão para finalização do combate no local, conforme o chefe da brigada Márcio Yule.
“Não está fora de controle. Temos 70 brigadistas empregados na região. O reforço chegou há duas semanas, mas durante essa operação outros brigadistas já foram empregados na Terra Indígena”, comentou Márcio Yule.
Nova onda de calor:
Veja a lista de cidades mais quentes nessa quinta-feira:
- 41,0°C Cuiabá (MT);
- 40,1°C Corumbá (MS);
- 39,7°C Porto Murtinho (MS);
- 39,6°C Diamantino (MT);
- 39,5°C Santo Antonio do Leverger (MT);
- 39,5°C Pontes e Lacerda (MT);
- 39,5°C Vila Bela da Santíssima Trindade (MT);
- 39,5°C São José do Rio Claro (MT);
- 39,3°C Pedro Gomes (MS);
- 39,2°C Rondonópolis (MT).
No topo da lista, está Cuiabá, em Mato Grosso do Sul, que registrou 41,5 ºC. Logo depois, vem Corumbá, cidade em Mato Grosso do Sul que sofre com as queimadas no Pantanal, com 40,5 ºC.
Conforme a Climatempo, a partir da primeira semana de setembro, uma nova massa de ar quente e seco vai se estabelecer no Brasil, dando início ao fenômeno já na próxima segunda-feira, dia 2.
🥵 Ainda segundo o serviço de meteorologia, os atuais modelos meteorológicos sugerem que essa onda de calor pode ser mais prolongada, com temperaturas elevadas até meados da segunda quinzena do próximo mês em algumas regiões do país.
Por causa do fenômeno, a Climatempo diz que a umidade do ar ainda pode atingir valores de emergência – abaixo dos 12% – em muitas cidades do sul de Mato Grosso, interior de São Paulo, Triângulo de Minas, centro-norte, nordeste de Mato Grosso do Sul e sul de Goiás.