Harvard aponta a variante P.1 de Manaus como mais mortal e transmissível do mundo
A variante P.1 (Gama) do coronavírus, que se originou em Manaus e hoje é predominante em muitos estados brasileiros, foi classificada como mais mortal e transmissível, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Escola T.H. Chan de Saúde Pública, da Universidade Harvard, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, ambos nos Estados Unidos.
A descoberta foi feita a partir do mapeamento de mutações no código genético do novo coronavírus que poderiam estar associadas a taxas de mortalidade mais altas pela infecção. A equipe de cientistas identificou uma mutação que, ao alterar a proteína spike — usada pelo vírus para entrar nas células humanas —, levava a um aumento significativo na letalidade do patógeno.
Essa proteína foi encontrada em meio a 7.548 amostras de pacientes brasileiros com covid-19, disponíveis na plataforma internacional de dados genômicos GISAID.
Os primeiros pacientes no Brasil com a variante P.1 foram documentados em janeiro de 2021 e em poucas semanas a variante causou um aumento nos casos em Manaus.
A cidade já havia sido duramente atingida pela pandemia em maio de 2020, e os pesquisadores pensaram que os moradores da cidade haviam alcançado imunidade populacional porque muitas pessoas na área desenvolveram anticorpos contra o vírus durante a onda inicial.
Em vez disso, P.1, que tem várias mutações na proteína spike, usada pelo vírus usa para se ligar e invadir as células humanas, causou uma segunda onda de infecções.