Iluminação Noturna Exclusiva Acelerou a Construção da Ponte Francisco de Sá, Conectando Três Lagoas ao País
A Ponte Francisco de Sá é uma estrutura histórica que conecta São Paulo a Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, sobre o Rio Paraná, foi essencial para a expansão da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, facilitando o transporte de mercadorias e pessoas. O projeto enfrentou desafios tecnológicos e financeiros, resultando na mudança do plano inicial. A construção da ponte permitiu a substituição do sistema de balsas que anteriormente fazia a travessia.
A construção dessa ponte, foi uma tarefa monumental que enfrentou desafios tanto técnicos quanto financeiros. A estrutura da ponte foi projetada para suportar o peso dos trens o que demandou materiais e métodos construtivos inovadores para a época. Iniciada em 1911 e inaugurada em 1926, a ponte foi parte de um projeto estratégico que envolveu desafios técnicos consideráveis, como a construção sobre o rio Paraná, que é um dos maiores da América do Sul. A ponte possui 1.024 metros de extensão e foi essencial para a Ferrovia Noroeste do Brasil (NOB), conectando regiões importantes e facilitando o desenvolvimento econômico e social da área.
Um aspecto fundamental da obra foi a organização do trabalho, segundo o jornal da Gazeta do Commercio, 4 de setembro de 1921, revela que a obra ocorria de forma contínua, 24 horas por dia. Para que isso fosse possível, a iluminação noturna desempenhou um papel essencial. Uma usina elétrica moderna foi instalada para fornecer luz à área de construção, permitindo que os operários continuassem seus trabalhos durante a noite. A iluminação abrangia toda a zona de trabalho, facilitando não apenas a continuidade das atividades, mas também garantindo a segurança dos trabalhadores.
O ambiente noturno da obra era descrito como algo grandioso e pintoresco, com uma movimentação constante que lembrava um formigueiro de pessoas ocupadas, iluminadas pela luz elétrica que banhava as instalações. Essa infraestrutura permitiu que a ponte fosse erguida, evidenciando a importância do progresso tecnológico da época na realização de grandes obras de engenharia.
A construção da Ponte Francisco de Sá não só simboliza um avanço tecnológico e logístico para a época, mas também destaca o uso inovador de recursos como a eletricidade para superar desafios em grandes projetos de infraestrutura levando a ponte a ser concluída e inaugurada em 1926, mudando para sempre a dinâmica de transporte na região.
Saiba mais sobre a História de Três Lagoas
Através dessa obra, Três Lagoas e o oeste paulista foram conectados de maneira mais eficiente, impulsionando o desenvolvimento econômico local e regional, um reflexo direto do esforço e da inovação que caracterizaram a construção dessa icônica ponte ferroviária.
Leia a transcrição do jornal:
A ponte no rio Paraná
É animadora – conforme já assinalamos – a atividade desenvolvida pelo pessoal que trabalha na Barranca sob a direção competentíssima do sr. Climério de Oliveira.
Os trabalhos fundamentais da ponte sobre o Paraná estão notavelmente adiantados, pois se emprega um elevado número de operários que, em turmas, se revezam dia e noite.
A Usina eléctrica, modernamente instalada, já fornece luz à área ocupada por tais serviços, inclusive do lado paulista da Barranca, estando por isso disseminada em todo o local grande profusão de poderosas lampadas.
O aspecto nocturno do Paraná é verdadeiramente tétrico e surpreendente; e de dia, aquele quasi que formigueiro de pessoas labutando, tem qualquer coisa de pitoresco e grandioso.
O serviço de electricidade, a cargo do hábil profissional sr. Carlos Gherer, nada deixa a desejar. O de machinista, confiado ao sr. José Alves, é também muito relevante. E o de encarregado geral, a cargo do sr. Alberto Koobs, mechanico-electricista, também é desempenhado com toda a galhardia.
Afim de proporcionar as devidas commodidades aos operarios, foi fundada na Barranca uma confortável pensão, que o conhecido japonês, sr. Enock Fuetaka, administra a contento geral.
Tudo enfim marcha com o maior desembaraço, em cima, a alto descontento da directoria da Noroeste e desejo do sr. dr. Climério em não faltar com coisa alguma aos seus esforçados auxiliares.
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