Imasul emite alerta sobre nível crítico do Rio Paraguai, o menor registrado desde 1900

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) lançou um alerta na última segunda-feira (8) devido à grave situação do Rio Paraguai, que atingiu seu menor nível histórico desde o início dos monitoramentos, em 1900, na estação de medição em Ladário. O rio chegou a marcar 62 centímetros, superando o recorde negativo de 1964 e gerando grande preocupação para a região do Pantanal.
Segundo a Sala de Situação do Imasul, o rio vem sofrendo quedas diárias de 1 a 2 centímetros, uma tendência que agrava o cenário e coloca em risco a navegação e o abastecimento das comunidades ribeirinhas, que dependem do rio para transporte e subsistência.
Profundidade abaixo da cota zero
Embora o nível do Rio Paraguai esteja abaixo da cota zero, isso não significa que o rio esteja seco. Conforme explicam os técnicos do Imasul, em Ladário, o rio ainda possui cerca de 5 metros de profundidade, devido a características geológicas que formam um canal natural no leito do rio. Esse canal permite que, mesmo em períodos de seca extrema, o rio mantenha um volume mínimo de água para atividades essenciais, como a navegação.
A cota zero é um ponto de referência histórica utilizado para medir a profundidade crítica, mas não significa que o rio esteja sem água. O rio Paraguai, apesar de abaixo desse nível, ainda conta com profundidades variáveis ao longo de seu curso, o que preserva a possibilidade de abastecimento e transporte fluvial.
Impactos na região
A drástica queda do nível do Rio Paraguai já está causando efeitos diretos na economia e no meio ambiente local. O turismo e a pesca, atividades vitais para a região pantaneira, estão sendo seriamente prejudicados. Além disso, as comunidades ribeirinhas enfrentam sérias dificuldades para manter o abastecimento de água e suas atividades de subsistência.
Especialistas apontam que essa situação é resultado da variabilidade climática e da escassez de chuvas na bacia hidrográfica. O Pantanal, um dos biomas mais importantes e frágeis do mundo, é altamente sensível a essas mudanças, que afetam tanto a biodiversidade quanto a vida das populações humanas da região.
“O nível extremamente baixo do Rio Paraguai está impactando diretamente as atividades econômicas e a vida das comunidades locais. O Imasul está monitorando a situação de perto e divulgando informações precisas”, afirmou André Borges, diretor-presidente do Imasul.
Medidas e ações
Diante desse cenário crítico, o Imasul, em cooperação com outras entidades, está implementando medidas emergenciais para auxiliar as populações afetadas. Thays Yamaciro, da Sala de Situação do Imasul, destacou a importância do monitoramento contínuo como uma ferramenta fundamental para entender os efeitos da seca e mitigar seus impactos.
“O acompanhamento constante do nível do rio é crucial para compreendermos seu comportamento e planejarmos ações preventivas”, ressaltou Yamaciro.
Serviço
O Imasul oferece um Boletim Diário atualizado com informações sobre o nível do Rio Paraguai e outros pontos monitorados no estado. São 14 estações de monitoramento espalhadas por Mato Grosso do Sul, cujos dados podem ser consultados na página oficial da Sala de Situação do Imasul.
A preservação do Pantanal é vital não só para o estado, mas para o Brasil como um todo. O Imasul continuará fornecendo atualizações regulares e reforça a importância da cooperação de todos os envolvidos para enfrentar essa situação crítica.