Incêndios destroem mais de 30 mil hectares no Pantanal

Na última semana, ocorreram dois grandes incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul. A soma das áreas afetadas resultou em uma devastação de mais de 30 mil hectares do bioma, equivalente a aproximadamente 30 mil campos de futebol.
Somente em janeiro, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificaram mais de 310 focos de incêndio no Pantanal, um aumento significativo em comparação aos 21 focos registrados no mesmo período de 2023.
Janeiro é um mês crucial no Pantanal, marcado pelo início do período de inundação devido às chuvas de verão. Tradicionalmente, os incêndios afligem o bioma durante os períodos de seca, especialmente entre setembro e novembro.
A tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Tatiane Inoue, destaca a gravidade da situação deste ano, mesmo antes do período de estiagem ao G1MS. Ela ressalta as condições atmosféricas severas em locais como Corumbá, onde o sol é intenso, complicando ainda mais o trabalho dos combatentes.
Em Miranda, o fogo teve início em uma fazenda próxima à área urbana, consumindo cerca de 30 mil hectares. O Corpo de Bombeiros mobilizou uma equipe com três tratores e 10 funcionários para controlar as chamas.
Na Serra do Amolar, em Corumbá, mais de 2 mil hectares foram consumidos pelo fogo. A área de difícil acesso dificulta as operações dos brigadistas. A região, uma das mais preservadas do Pantanal, enfrenta desafios, como morros e vegetação alagada, o que torna a chegada rápida das equipes difícil, levando mais de 5 horas para atingir parte do incêndio.
A Serra do Amolar, identificada com 19 focos de calor no sistema Pantanal em Alerta, enfrenta um incêndio que já dura seis dias. As chuvas pontuais não foram suficientes para conter as chamas, e os combatentes estão abrindo aceiros para proteger uma área de reflorestamento com 25 mil mudas plantadas em 2023.
As equipes de combate ao fogo receberam reforço com um avião Air-Tractor, capaz de transportar até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso. A Serra do Amolar, sendo um dos locais mais preservados do Pantanal, só é acessível por barco ou helicóptero, e o acesso pelo rio está interrompido devido a camalotes e baceiros. O avião do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) foi utilizado para um voo de reconhecimento na região, permitindo que os militares identifiquem os locais mais críticos para o lançamento de água.
Da Redação com informações do G1MS