O que são na realidade as Cervejas Trapistas
As Cervejas Trapistas são cervejas produzidas em um Mosteiro da Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância. Esta é uma Ordem Religiosa, fundada por Armand-Jean Le Bouthillier de Rancé em Nôtre-Dame de La Trappe, em 1662, este local é uma Abadia que passou então a produzir cervejas muito especiais, e que deu origem ao peculiar nome de Cerveja Trapista. Existem cerca de 170 mosteiros dessa Ordem mundo afora, mas apenas 14 deles fabricam sua própria cerveja e somente um é localizado fora da Europa, nos Estados Unidos.
São reconhecidos pela Ordem para produção e comercialização com essa adjetivação, “Cerveja Trapista” que, soa como algo do tipo de Certificação de Origem, o Mosteiro que recebe a certificação deve garantir algumas regras dentre as quais, a de que a cerveja deve ser fabricada dentro dos muros de um mosteiro trapista, pelos próprios monges ou sob sua supervisão; a cervejaria tem de ser de importância secundária dentro do mosteiro e deve seguir práticas de negócios adequadas para o modo de vida monástico; e, a cervejaria não se destina a ser um empreendimento lucrativo; a renda deve cobrir o custo de vida dos monges e a manutenção dos edifícios e terrenos do mosteiro.
O que quer que sobre deve ser doado a instituições de caridade para o trabalho social e para o auxílio de pessoas necessitadas. Cervejarias trapistas devem ser constantemente monitoradas para garantir a qualidade irrepreensível das suas cervejas. Uma característica marcante da Ordem Trapista é a produção de bens de consumo, tais como queijo, pães e, é claro, a cerveja. Esses bens são produzidos para consumo próprio dos monges, mas também como uma fonte de renda destinada a arcar com os custos de manutenção dos mosteiros. São geralmente, todas elas, Cervejas produzidas com excelência, cujas receitas também geralmente derivam de séculos, podendo-se afirmar que algumas existem desde a Idade Média.
A Igreja no geral, sempre buscou aprofundar conhecimentos, e em épocas mais remotas, era de fato a detentora de indivíduos letrados e extremamente organizados, por isso o contínuo ato de produção com elementos marcantes e tudo muito bem anotado, se aperfeiçoaram cada vez mais. Tudo isso e mais um pouco, traz amplitude do quanto é bom e prazeroso degustar uma Trapista.
De paladar geralmente complexo, em suas receitas são utilizados maltes de suprema qualidade, além de outros cereais como o centeio e o trigo. Em sua maioria, possuem teor alcóolico alto, e a depender do estilo uma pode ser mais potente e tecnicamente superior à outra, uma vez que alguns mosteiros produzem lotes diversificados com poucas unidades à venda, é o que ocorre com a Westvleteren XII, uma cerveja bastante concorrida na Bélgica que, há apenas pouco tempo passou a ser vendida em uma rede de supermercados.
No geral, os Mosteiros Trapistas da Europa e o Estadunidense como um todo, costumam produzir as cervejas da Escola Belga que, preconiza bastante as cepas de suas leveduras; dentre eles os estilos mais costumeiros são o Belgian Style Tripel, Belgian Style Dubbel, e, Belgian Style Quadrupel, cada um com características bastante peculiares que, são provenientes da levedura utilizada na fermentação; da mistura, a variedade e a diversidade de cereais; o grau de torrefação dos maltes, e, do tempo de fermentação e maturação até o envase. É sem dúvida um mundo à parte, que contempla a história, o estudo elevado, o tradicionalismo e o sabor incomparável, uma ode ao Mundo Cervejeiro.
Por: Marco William Siketo Lacerda, 38, é Advogado, Pós-Graduando em Direito Digital e Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD pela EBRADI – Escola Brasileira de Direito; é Membro do iLan – Instituto Liberal da Alta Noroeste, com Sede em Araçatuba, São Paulo; é Detetive/Investigador Particular Profissional com mais de 200 horas de Cursos em diversos Centros de Estudo, e é Credenciado pela Academia de Detetives Hórus de São Paulo, Capital; é Sommelier de Cervejas pelo ICB – Instituto da Cerveja Brasil com Chancela da ABS-SP – Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo, Capital.