ONS vê reservatórios de hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste em 42,7%, aponta boletim

Os principais reservatórios para armazenamento de usinas hidrelétricas do país, localizados no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, deverão chegar ao começo de dezembro com 42,7% da capacidade, estimou ontem, quinta-feira, 28, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
Em boletim, o órgão também projetou para o mês chuvas em reservatórios acima da média histórica no Sul, com as afluências alcançando 136% da média. Para as demais regiões, a expectativa é de chuvas ligeiramente abaixo da média no Sudeste/Centro-Oeste (95%), em 84% para o Norte e 60% no Nordeste.
Para a carga de energia elétrica no Brasil, o ONS estimou aumento de 0,5% em dezembro ante igual período de 2023, a 80.805 megawatts médios.
Dados atuais:

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou os dados atualizados sobre os níveis de armazenamento de energia do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste 28/11/2024. Este subsistema, que concentra grande parte da capacidade de geração hidrelétrica do país, registra atualmente 42,70% de volume útil armazenado (EAR). A seguir, uma análise detalhada de cada bacia e seus principais reservatórios.
Bacias e Reservatórios do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste
Bacia do Rio Grande
- Capacidade no subsistema: 25,18%
- Principais reservatórios:
- M. Moraes: 2,12% da capacidade do subsistema | 84,90% de volume útil atual.
- Marimbondo: 2,64% da capacidade do subsistema | 64,11% de volume útil atual.
- Água Vermelha: 2,12% da capacidade do subsistema | 42,80% de volume útil atual.
- Furnas: 17,12% da capacidade do subsistema | 27,85% de volume útil atual.
Análise: Apesar de M. Moraes apresentar níveis elevados, o reservatório de Furnas, crucial para a região, opera com menos de 30% de sua capacidade.
Bacia do Paraíba do Sul
- Capacidade no subsistema: 3,69%
- Principal reservatório:
- Paraibuna: 2,23% da capacidade do subsistema | 66,35% de volume útil atual.
Análise: A bacia apresenta bom desempenho, com Paraibuna operando acima de 60%.
Bacia do Rio Paraná
- Capacidade no subsistema: 1,80%
- Principal reservatório:
- Ilha Solteira: 1,80% da capacidade do subsistema | 61,83% de volume útil atual.
Análise: Ilha Solteira apresenta níveis razoáveis, mas não representa grande impacto no armazenamento geral.
Bacia do Paranaíba
- Capacidade no subsistema: 38,37%
- Principais reservatórios:
- São Simão: 2,45% da capacidade do subsistema | 63,08% de volume útil atual.
- Batalha: 1,34% da capacidade do subsistema | 41,86% de volume útil atual.
- Nova Ponte: 11,13% da capacidade do subsistema | 40,31% de volume útil atual.
- Itumbiara: 7,68% da capacidade do subsistema | 38,97% de volume útil atual.
- Emborcação: 10,69% da capacidade do subsistema | 31,65% de volume útil atual.
- Serra do Facão: 3,22% da capacidade do subsistema | 23,27% de volume útil atual.
Análise: São Simão se destaca com armazenamento acima de 60%, enquanto Serra do Facão preocupa com apenas 23,27% de volume útil.
Bacia do Paranapanema
- Capacidade no subsistema: 5,78%
- Principais reservatórios:
- Capivara: 1,90% da capacidade do subsistema | 53,52% de volume útil atual.
- Chavantes: 1,65% da capacidade do subsistema | 45,13% de volume útil atual.
- Jurumirim: 2,01% da capacidade do subsistema | 29,47% de volume útil atual.
Análise: Os reservatórios dessa bacia apresentam variação significativa, com Jurumirim em níveis críticos.
Bacia do São Francisco
- Capacidade no subsistema: 1,29%
- Principal reservatório:
- Três Marias: 1,15% da capacidade do subsistema | 45,66% de volume útil atual.
Análise: Três Marias apresenta um desempenho moderado, sem grandes variações.
Bacia do Tietê
- Capacidade no subsistema: 4,75%
- Principais reservatórios:
- Barra Bonita: 1,33% da capacidade do subsistema | 65,38% de volume útil atual.
- Três Irmãos: 1,14% da capacidade do subsistema | 63,81% de volume útil atual.
- Billings: 1,19% da capacidade do subsistema | 59,72% de volume útil atual.
Análise: Os reservatórios da bacia do Tietê apresentam uma boa condição geral, com níveis próximos de 60%.
Bacia do Tocantins
- Capacidade no subsistema: 17,30%
- Principal reservatório:
- Serra da Mesa: 17,24% da capacidade do subsistema | 53,11% de volume útil atual.
Análise: Serra da Mesa, um dos maiores reservatórios do subsistema, mantém níveis razoáveis, mas requer atenção.
O Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que responde por uma parcela significativa da geração hidrelétrica no Brasil, opera atualmente em uma condição que inspira cautela. Embora alguns reservatórios apresentem níveis confortáveis, como M. Moraes e Paraibuna, outros, como Furnas e Serra do Facão, registram volumes abaixo do esperado.
Esses dados reforçam a necessidade de uma gestão eficiente e o monitoramento contínuo, especialmente com a chegada da temporada de chuvas, que pode aliviar parcialmente a pressão sobre o sistema.