Paraguai quer indenização do Brasil por guerra "reparação econômica e intelectual" - Bolsão em Destaque de Três Lagoas
DestaqueMundo

Paraguai quer indenização do Brasil por guerra “reparação econômica e intelectual”

Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América Latina. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo Império do Brasil, Argentina e Uruguai. Ela se estendeu de dezembro de 1864 a março de 1870. É também chamada Guerra da Tríplice Aliança, na Argentina e no Uruguai, e de Guerra GrandeGuerra Contra a Tríplice Aliança e Guerra-Guaçu no Paraguai.

Artilharia uruguaia na Batalha do Boqueirão, e ao fundo tropas da tríplice aliança indo para o combate,1866.

Solano López alimentava o sonho expansionista e militarista de formar o Grande Paraguai, que abrangeria, além do Paraguai, as regiões argentinas de Corrientes e Entre Ríos, o Uruguai, o Rio Grande do Sul e o Mato Grosso. Objetivando a expansão imperialista, Solano López instalou o serviço militar obrigatório, organizou um exército de 80 000 homens, reaparelhou a Marinha e criou indústrias bélicas.

o Brasil, a Argentina e o Uruguai reagiram, firmando o acordo militar chamado de Tríplice Aliança. O Império do Brasil, a Argentina mitrista e o Uruguai florista, aliados, derrotaram o Paraguai após mais de cinco anos de lutas durante os quais o Império enviou em torno de 150 mil homens à guerra. Cerca de 50 mil não voltaram

Diante desta triste passagem, a Agência PARLASUL na última esta sexta-feira (15), realizou a sexta reunião da Audiência Pública, organizada pela Subcomissão Verdade e Justiça, sobre a Guerra da Tríplice Aliança, no âmbito da Comissão de Direitos Humanos do Parlamento do MERCOSUL, com foco em “A eventual crimes contra a humanidade e genocídio durante a Guerra da Tríplice Aliança”.

No início, o pesquisador Alberto Alderete afirmou que “o genocídio cometido contra o exército e o povo paraguaio é comprovado por um documento oficial que consiste no censo realizado pelo governo paraguaio em 1842 e no censo realizado pelo governo provisório paraguaio entre 1870 e 1871, que determina que entre 60 e 70% da população paraguaia foi exterminada entre 1864 e 1870.”

Acrescentou que “prova da matança e extermínio generalizado é a confissão do Presidente da República Argentina, Domingo Faustino Sarmiento, que governou a Argentina de 1868 a 1872. O próprio Sarmiento confessou ao seu amigo chileno Santiago Arcos em carta no endereço o fim da guerra e diz: “a guerra do Paraguai termina pela simples razão de que matamos todos os paraguaios com mais de dez anos de idade”.

Imediatamente, o professor José Urdapilleta assinalou que “não houve apenas morte no campo de batalha, o sofrimento da população paraguaia continuou, o pós-guerra foi pior que a guerra, porque morreram de fome”.  

Por fim, o parlamentar Canese informou que a agenda continuará na próxima sexta-feira, 22 de julho, com a exposição dos historiadores Ramón Vargas e Santiago Duarte; e, posteriormente, pelo Historiador José Ocampos e o Pesquisador Jorge Jarolín (29 de julho).

Paraguai quer indenização

Em outra reunião da Agência PARLASUL, à quinta reunião da Audiência Pública, organizada pela Subcomissão Verdade e Justiça, o pesquisador paraguaio Domingo Laíno anunciou que em seu discurso busca dar um olhar diferente aos fatos já apresentados em audiências anteriores por outros historiadores e pesquisadores. “Devolver parte do que foi destruído é uma tarefa desta Comissão, entendo que a Subcomissão busca reparar o Paraguai, fazer alterações em algo que está quebrado, reparar também é reparar o dano ou reparar uma infração”, explicou o investigador.


Da mesma forma, foram realizadas diferentes consultas sobre as recomendações para obter reparação, como consequência de possíveis crimes contra a humanidade e genocídio durante a Guerra da Tríplice Aliança. A isso Domingo Laíno respondeu que “primeiro se deve fazer a reparação econômica, depois a reparação material e a reparação intelectual. O trabalho do PARLASUL é muito importante”, indicou Laino, destacando que é a primeira vez que este trabalho está sendo feito.

O parlamentar Canese também informou que as audiências serão realizadas na cidade de Caacupe, Paraguai (5 de agosto); na cidade de Buenos Aires, Argentina – Ex ESMA e no Deportivo Paraguai (16 e 17 de agosto); em Foz de Yguazu- UNILA, Brasil (15 e 16 de setembro).

Transmissão ao vivo

A transmissão será simultânea na TV Senado-Paraguai e nas redes sociais Facebook e Youtube do Parlamento do MERCOSUL.

Para inscrição e participação nas Audiências Públicas do Subcomitê, favor entrar no link a seguir .

Botão Voltar ao topo