Protestos: Modelo chavista venezuelano implementado na Bolívia permite o governo investigar patrimônio de qualquer cidadão sem ordem judicial
A fronteira entre Brasil e Bolívia amanheceu fechada nesta segunda-feira (8), em Mato Grosso do Sul, por causa de protestos contra o atual governo boliviano. O acesso ao país vizinho, que está interrompido para veículos e motocicletas, surpreendeu muitos moradores da região. Desta vez, a entrada só é permitida para pedestres.
Os manifestantes bolivianos bloquearam a fronteira à meia-noite de hoje. A última vez que isso ocorreu foi no dia 11 de outubro.
Por todo o país foram observados bloqueios de vias públicas e estradas. As ações são uma forma de repúdio contra a aprovação da lei 1.386 pelo Executivo nacional.
A medida permite ao governo investigar o patrimônio de qualquer cidadão sem ordem judicial e foi aprovada junto de outras propostas sem consenso ou socialização pelo Movimento ao Socialismo (MAS) na Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP), em Santa Cruz de La Sierra.
Segundo o presidente do movimento cívico de Porto Quijarro, Ricardo Maldonado, os protestos pedem a revogação da Lei n° 1386, de Combate à Legitimação do Lucro Ilícito e Financiamento do Terrorismo. Desta vez, não há um prazo para normalizar a situação, que também ocorre em outras partes do país vizinho.
O bloqueio pegou muita gente de surpresa. A motorista de aplicativo, Rosângela Pereira ia cruzar a ponte que delimita o território entre os dois países quando se deparou com as barreiras. “Eu ia abastecer o veículo, mas com o bloqueio fica meio difícil. Agora é dar meia-volta”, lamentou.
Os caminhoneiros também aderiram à greve nacional. Em Porto Quijarro, havia uma enorme fila de caminhões parados.