UFMS em parceria com ONG irá analisar sedimentos do Rio Paraná em momento mais crítico do segundo maior rio da América do Sul
Mais de 800 km de extensão do Rio Paraná será o campo de pesquisa sobre sedimentos que a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) irá realizar a partir do dia 20 de setembro. Ao longo de 19 dias, serão coletadas amostras de água em 24 pontos pré-selecionados com o objetivo de aumentar o conhecimento acerca das características dos sedimentos transportados pelo rio Paraná de modo a contribuir com a conservação deste sistema hídrico.
Segundo o pesquisador e coordenador da área de Geografia Física/Geomorfologia da UMFS, Frederico dos Santos Gradella, as caracterizações sedimentológicas de rios podem indicar os impactos dos usos dos solos nas suas bacias hidrográficas. “Isso se deve, pois, o uso dos solos de modo inadequado acarreta em aumento na descarga sedimentar nos sistemas fluviais”, ressalta.
Ambientalistas da ONG Rio Paraná ressaltam a importância da pesquisa como instrumento de trazer luz às atividades antrópicas sofridas pelo Rio Paraná de modo integrado, avaliar as consequências e transformar as informações em políticas públicas de proteção ao rio. “O Rio Paraná vive seu pior momento histórico de que se tem registro, queremos ressaltar sua importância não apenas como motor energético e econômico, mas como uma das artérias hídricas mais espoliadas ao longo do último século”, alerta o vice-presidente e fundador da Ong, Raphael Primos.
O responsável pela coleta das amostras que serão analisadas pelo laboratório da Universidade será o time de especialistas que integra a Travessia do Bem, expedição que irá cruzar 830 quilômetros do Rio Paraná ao longo de 30 dias. Segundo o idealizador do projeto, Marcelo Figueiral, “A Travessia do Bem no Rio Paraná é muito mais do que uma aventura. É uma oportunidade única de captação de informações sobre produtores sustentáveis, de mapeamento de iniciativas regionais baseadas na economia circular e regenerativa para identificação de alternativas para a geração de renda. E com a análise desses dados a travessia poderá vir a ser um divisor de águas para a economia ao longo do Rio Paraná”.
Por Raphael Primos