Dólar dispara a R$ 5,26 e atinge maior patamar em mais de um ano - Bolsão em Destaque de Três Lagoas
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Dólar dispara a R$ 5,26 e atinge maior patamar em mais de um ano

dólar opera na sessão desta terça-feira (16) em forte alta, rumando para o segundo dia seguido de renovação da cotação no maior patamar em mais de um ano. Perto das 15h20 a moeda avançava 1,54%, a R$ 5,264. Na máxima do dia até aqui, o câmbio foi a R$ 5,287.

Se as negociações se encerrassem neste momento, a moeda americana estaria no maior patamar desde 23 de março de 2023, quando fechou em R$ 5,288.

O acirramento dos conflitos entre Irã e Israel continuam pressionando o câmbio, pois fortalece o dólar, considerado um porto seguro. A moeda americana também incorpora agora a reação do mercado aos dados da economia. A produção industrial dos Estados Unidos aumentou 0,4% em março ante fevereiro, resultado que fica em linha com a projeção do consenso de economistas da Bloomberg. Já no primeiro trimestre do ano, a produção da indústria americana caiu 1,8%

A piora da percepção do risco fiscal brasileiro adiciona peso sobre a relação entre real e dólar, com a moeda brasileira entre os piores desempenhos do dia logo na abertura da sessão. Marília Fontes, sócia da casa de análises Nord, aponta que nos últimos meses, o governo vem reconhecendo a dificuldade que terá em entregar a meta fiscal. Portanto, o mercado já esperava que, apenas com políticas arrecadatórias, não seria possível cumprir a meta.

Mesmo assim, o governo se recusou a falar em corte de gastos e seguiu aumentando a arrecadação para reduzir o déficit. Como a arrecadação sozinha não fará o ajuste, ontem (15) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a meta fiscal para 2025 será alterada de um superávit de 0,5% para um saldo de zero.

“Mudar a meta quando não se consegue cumpri-la é um golpe baixo e obviamente descredibiliza qualquer regime fiscal. O mercado acaba respondendo com aumento do prêmio de risco, traduzida na fuga de capitais e consequentemente desvalorização do câmbio”, conclui Fontes.

Isso tudo acontece em um momento no qual as taxas de juros brasileira estão caindo, enquanto os juros americanos seguem altos. Ou seja, quando existe uma fragilidade cambial de redução de atratividade para o real, o que desvaloriza ainda mais a moeda.

Para o economista do banco suíço Julius Baer, David Alexander Meier, a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA na semana passada, que surpreendeu marginalmente para cima, teve um impacto significativo nas expectativas sobre o alívio da política do Fed dos EUA e adiou as expectativas para o primeiro corte de juros. Por conta disso, o fortalecimento do dólar provavelmente durará alguns meses, já que a vantagem da taxa dos EUA temporariamente se amplia.

Ontem (15), impactado por dados fortes da atividade americana e pelos temores em relação ao fiscal do Brasil, a moeda encerrou a sessão em alta firme de 1.24%, cotado a R$ 5,1847. É o maior nível em quase um ano.

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